Cantora, autora, compositora, performer, por vezes actriz, Selma Uamusse nasceu em 1981 em Maputo, Moçambique, está radicada em Portugal desde 1988. É uma mulher emigrante moçambicana, fugida da formação de engenharia e agora emergida na música em várias das suas vertentes, no país que escolheu abraçar, Portugal.
Vocal em assuntos sociais que a perturbam, uma mulher que se move em fé e de compaixão pelos outros e que olha para a sociedade como um todo, uma espécie de aldeia global que se inquieta quando uma das suas partes não funciona bem. E aqui vive a inspiração das canções desta cidadã comum que escolheu a música para veículo de transformação da sociedade.
A energia que apresenta nos concertos ao vivo através da força das danças que executa, da voz forte e muito projectada ou do olhares e abraços que muitas vezes oferece são apenas um reflexo da lírica que acompanham as suas canções muitas vezes cantadas em línguas de Moçambique como changana, chope e macua, bem como as polirritmias e polifonias moçambicanas que tem sempre procurado resgatar nas suas canções através da utilização dos instrumentos tradicionais moçambicanos.
O seu álbum de estreia, “Mati”, que significa "água" em Changana (uma das três línguas mais faladas em Moçambique), editado em 2018 pela Ao Sul do Mundo e distribuído pela Sony Music, produzido pelas mãos preciosas de Jori Collignon (dos Skip & Die) foi amplamente elogiado pela crítica nacional, tendo sido apresentado em diversos e prestigiados palcos nacionais e internacionais, num tour com mais de 60 concertos pelo globo, como são exemplo, Portugal, França, Moçambique, Brasil, Polônia, Espanha, EUA, Brasil, Luxemburgo e República Checa.
O mais recente álbum “Liwoningo”, que significa Luz em chope, foi lançado em 2020 e produzido por Guilherme Kastrup, produtor premiado com um Grammy pelos álbuns “A Mulher do Fim do Mundo” e “Deus é mulher” da aclamada e também premiada Elza Soares. Este é um disco que acentua o património imaterial Africano, de Moçambique, uma africanidade que continua a inspirar letras e melodias, mas que se mistura por esse mundo fora, em temas e arranjos, uns mais próximos da tradição do folclore, outros que vagueiam entre o electrónico, o rock, o afro-beat e o experimental, mantendo sempre como lugar comum a potência do ritmo, da língua ou das sonoridades africanas, abrindo espaço para outras influências, da música portuguesa e Brasileira.“Liwoningo” conta com as incríveis participações da banda brasileira Bixiga 70, dos artistas moçambicanos Chenny Wa Gune, Milton Guli e Lenna Bahule e do Korista Mbye Ebrima da Gâmbia.
A formação musical de Selma Uamusse passou pelo Hot Clube de Portugal, renomada escola de jazz que, por vezes, ainda acompanha em modo orquestra. Foi nessa mesma escola onde criou em nome próprio os projectos Souldivers, Selma Uamusse Nu Jazz Ensemble e Tributo a Nina Simone, onde colaborou com Ana Bacalhau, Rita Redshoes, Marcia, The Legendary Tigerman, Luisa Sobral, Elisa Rodrigues, Gospel Collective, entre outros. Participou em discos e espetáculos de diversos artistas como Samuel Úria, Maria João Pires, o compositor Rodrigo Leão, o músico Moullinex, Medeiros/Lucas, You Cant Win Charlie Brown, Joana Barra Vaz, Orquestra Todos entre outros.
O poderoso instrumento vocal e a genialidade performativa de Selma Uamusse levaram-na a brilhar nos mais diferentes géneros musicais, desde projetos como WrayGunn, Cacique’97, Gospel Collective ou Rodrigo Leão, sendo a sua versatilidade também reconhecida no teatro, cinema e artes visuais
PRESS
“Em cada segundo, este aguardado disco de estreia de Selma produz um efeito hipnótico, entalando-nos entre passado e futuro, pertencendo ao ancestral e ao desbravador, criando uma música que não tem nome possível. Ou talvez tenha. Talvez se chame simplesmente Selma Uamusse.”
Gonçalo Frota
“Excelente cantora, espantosa performer, foi talhada para os palcos e é neles que deve ser vista, ouvida e aplaudida como merece. Qualquer disco, por belo que seja, há-de encerrar apenas uma parte da extraordinária bênção que é a sua arte.”
Nuno Pacheco in Público
“A par de «especial» e «único», o atributo «mágico» será daqueles que com menos parcimónia usamos, quando queremos elogiar a obra ou o caráter de alguém. A Selma Uamusse, porém, a magia assenta como uma luva, nunca como uma hipérbole.”
Lia Pereira in Blitz
Selma Uamusse cantou e dançou com o público em Paris”
Vítor Matias in RFI
“Um dos grandes talentos da arte moçambicana…”
José dos Remédios in O País
“Depois de incursões em vários géneros musicais, é na sonoridade da sua terra natal que nasce a alma da sua música.”
Ana Almeida Pires in Lux Women